Caixa suspende financiamentos à construtora incluída na lista do trabalho escravo

Brasília – A Caixa Econômica Federal suspendeu a concessão de novos financiamentos à MRV Engenharia. A decisão foi tomada depois que o Ministério do Trabalho e Emprego incluiu a construtora na lista de empregadores que mantêm relação trabalhista em condições análogas ao trabalho escravo.

A Caixa informou que os contratos já firmados serão mantidos. “Os empreendimentos já contratados terão seu curso normal, tanto no que diz respeito à liberação das parcelas, quanto ao financiamento para os adquirentes das unidades habitacionais”, diz nota da instituição.

Em comunicado ao mercado, a MRV disse que a inclusão no cadastro do ministério decorre de fiscalização feita em 2011, em que foram identificadas supostas irregularidades promovidas por uma empresa terceirizada. De acordo com a construtora, a empresa terceirizada não trabalha mais para a companhia desde 2011.

A MRV acrescentou que está tomando todas as medidas e ações para retirar o nome do cadastro e prestar os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes e ao mercado.

A inclusão no cadastro do ministério é resultado de operação de fiscalização em obra do Edifício Cosmopolitan, em Curitiba, em 2011. Não foi a primeira vez que a construtora entra na lista. No ano passado, também houve inclusão, mas uma liminar garantiu a retirada do registro. A MRV é uma das principais parceiras da Caixa no Programa Minha Casa, Minha Vida.

Fonte: Empresa Brasileira de Comunicação – EBC

Certificação FSC ganha força na indústria da construção

Frequentemente, arquitetos e engenheiros comprometidos com a sustentabilidade se queixam da falta de oferta de produtos com a certificação do Conselho de Manejo Florestal (FSC) para a construção de casas e edifícios. Embora o mercado da certificação esteja em crescimento no Brasil e no mundo, nem sempre é possível encontrar produtos com o selo do FSC em depósitos e lojas do ramo. No caso dos telhados, esta realidade está mudando.

A Tégula, empresa brasileira instalada no município de Atibaia (SP), que produz telhas de concreto, aquecedores e painéis solares, é a primeira empresa do país a disponibilizar estruturas para telhados (caibros, vigas, ripas, pilares, tabeiras e forros) confeccionadas com madeira certificada pelo Conselho de Manejo Florestal. Isso significa que o processo produtivo – com matéria-prima advinda de florestas manejadas do Pará – obedece a rigorosos padrões de sustentabilidade socioambiental.

Ao especificar para uma obra estruturas para telhado da Tégula, o arquiteto ou engenheiro sabe que a extração da madeira não agride as florestas e é feita por empresas que cumprem a legislação ambiental e trabalhista, contribuindo para o desenvolvimento sustentável de comunidades amazônicas. Enfim, o processo é sustentável em todos os elos da cadeia produtiva. Além disso, é importante ressaltar que a estrutura do telhado responde por cerca de 3% dos custos totais de uma construção, o que torna a opção pelo produto certificado algo viável também do ponto de vista financeiro.

Para Mauro Armelin, coordenador do programa Amazônia do WWF-Brasil, é fundamental que a sociedade passe a demandar mais esse tipo de produto, estimulando o setor produtivo a optar pela sustentabilidade. “Empresas ambientalmente responsáveis, que optam pela certificação, precisam ser reconhecidas pelos consumidores. A Rede WWF, em todo o planeta, estimula a certificação FSC por acreditar nos negócios que conciliem conservação da natureza, qualidade de vida para comunidades e viabilidade econômica”, resume.

Ainda de acordo com Mauro Armelin, é importante que a sociedade brasileira tenha conhecimento de que há oferta de produtos certificados de qualidade a preços acessíveis. “É muito comum escutarmos que não existe produto certificado disponível no mercado brasileiro. Em algumas situações, isso é verdadeiro, mas a indústria nacional tem evoluído bastante nesse quesito e já oferece uma gama muito maior de itens com o selo FSC”, assegura o coordenador.

Além das estruturas para telhados, a Tégula também trabalha com as telhas de concreto, que são mais sustentáveis por terem maior durabilidade e resistência. Com sete fábricas localizadas nos estados de São Paulo (3), Goiás, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a Tégula faz parte do Green Building Council, possui sistemas de aquecimento solar e captação de água de chuva em suas unidades produtivas. “A sustentabilidade está incorporada em nosso DNA”, orgulha-se Eduardo Carneiro, supervisor de desenvolvimento de produtos da empresa.

As espécies madeireiras utilizadas pela Tégula para estruturas de telhado são copiúba, cambará, pequiá e cedrinho. A matéria-prima provém de florestas manejadas sob coordenação da empresa Orsa Florestal.

Fonte: WWF Brasil